Amontoadas palavras •

sábado, 24 de março de 2012

Tem solução - A QUESTÃO DO LIXO NAS SOCIEDADES DE CONSUMO


  Não muito tempo atrás, as sacolinhas plásticas que acompanham as compras começaram a ser retiradas dos comércios numa tentativa de conter os danos causados pelo longo ciclo de vida do plástico. Animais morrem sufocados ao confundi-las com comida, alagamentos são causados quando elas entopem bueiros e até mesmo suas variantes biodegradáveis liberam metano na atmosfera. No entanto, é de se perguntar se tratar o polietileno como o vilão do século XXI de fato causará alguma mudança.
Os resíduos sólidos, o plástico entre eles, não tardaram em acompanhar a Revolução do século XXI. A nova ordem mundial baseou-se no consumo, no American Way of Life, e logo havia mais produtos descartados do que produzidos. Grande parte do lençol freático de cidades como a capital de Rondônia, por exemplo, encontra-se contaminado pelo chorume produzido a partir do lixo desses produtos não-duráveis, sendo prevista para um futuro próximo a inutilização de reservas inteiras de água e a contaminação de ao menos metade da população das regiões afetadas.
Concomitantemente, os oligopólios que ditaram a economia consumista dos últimos séculos responsabilizam o Estado pelo descarte apropriado do lixo enquanto o Estado responsabiliza os oligopólios. Isenção de responsabilidade, leis mal cumpridas e o que se tem é lixo hospitalar despejado em lixões, produtos tóxicos sendo aterrados, uma balbúrdia na qual roedores e insetos se proliferam.
Consumir é preciso, diz o mercado. Retirar as sacolinhas dos comércios não diminuirá o consumo, muito menos o lixo que hoje pode ser encontrado inclusive na órbita terrestre. Mas também, se martirizar por um futuro que ainda não chegou e procurar os culpados pouca coisa irá ajudar. Reduzir, reciclar e reutilizar enquanto ainda há tempo é a única solução para uma sociedade que a partir do lucro foi moldada.

Não aguento mais estudar.

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