Não
muito tempo atrás, as sacolinhas plásticas que acompanham as compras começaram
a ser retiradas dos comércios numa tentativa de conter os danos causados pelo
longo ciclo de vida do plástico. Animais morrem sufocados ao confundi-las com
comida, alagamentos são causados quando elas entopem bueiros e até mesmo suas
variantes biodegradáveis liberam metano na atmosfera. No entanto, é de se
perguntar se tratar o polietileno como o vilão do século XXI de fato causará
alguma mudança.
Os
resíduos sólidos, o plástico entre eles, não tardaram em acompanhar a Revolução
do século XXI. A nova ordem mundial baseou-se no consumo, no American Way of Life, e logo havia mais
produtos descartados do que produzidos. Grande parte do lençol freático de
cidades como a capital de Rondônia, por exemplo, encontra-se contaminado pelo
chorume produzido a partir do lixo desses produtos não-duráveis, sendo prevista
para um futuro próximo a inutilização de reservas inteiras de água e a
contaminação de ao menos metade da população das regiões afetadas.
Concomitantemente,
os oligopólios que ditaram a economia consumista dos últimos séculos responsabilizam
o Estado pelo descarte apropriado do lixo enquanto o Estado responsabiliza os
oligopólios. Isenção de responsabilidade, leis mal cumpridas e o que se tem é
lixo hospitalar despejado em lixões, produtos tóxicos sendo aterrados, uma
balbúrdia na qual roedores e insetos se proliferam.
Consumir
é preciso, diz o mercado. Retirar as sacolinhas dos comércios não diminuirá o
consumo, muito menos o lixo que hoje pode ser encontrado inclusive na órbita
terrestre. Mas também, se martirizar por um futuro que ainda não chegou e
procurar os culpados pouca coisa irá ajudar. Reduzir, reciclar e reutilizar
enquanto ainda há tempo é a única solução para uma sociedade que a partir do
lucro foi moldada.
Não aguento mais estudar. |
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